sexta-feira, 8 de julho de 2011

PMs envolvidos no caso Juan vão participar de reconstituição à noite

08/07/2011 13h55 - Atualizado em 08/07/2011 14h44

PMs envolvidos no caso Juan vão participar de reconstituição à noite

Policiais reproduzem confronto do dia 20 junho, quando Juan morreu.
Um dos atingidos compareceu à simulação; irmão de vítima não foi.

Thamine Leta Do G1 RJ
Uma das vítimas atingidas na operação participa da reconstituição (Foto: MARCOS DE PAULA/AGÊNCIA ESTADO/AE)Uma das vítimas atingidas na operação participa
da reconstituição de muletas e encapuzado
(Foto: Marcos de Paula/Agência Estado)
Os quatro policiais militares que estavam presentes no dia da morte do menino Juan Moraes, de 11 anos, na comunidade Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, irão participar da reconstituição do crime apenas ao anoitecer desta sexta-feira (8). A informação foi confirmada pelo diretor da Polícia Técnica, Sérgio Henriques.
De acordo com ele, a reconstituição, que teve início nesta manhã, foi dividida em dois momentos. “O exame de reprodução simulada é um exame, estudamos o que a gente quer no local. Em termos de apresentação de um laudo, fotos em período diurno são importantes. Os policiais envolvidos foram convocados e virão durante à noite”, disse. Os policiais  foram afastados na quarta-feira (6) pelo comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte.
O amigo do menino que estava no dia do incidente e também foi baleado, Wanderson dos Santos de Assis, de 19 anos, participou da ação de muletas e encapuzado. Ao contrário do que havia informado a Polícia Civil, o irmão de Juan, Wesley, de 14 anos, não compareceu ao local da reconstituição. “Todos foram convocados. O Wanderson compareceu, e colhemos depoimento. O Wesley não apareceu. O resultado final vamos apresentar depois”, acrescentou. Os dois jovens estão no Programa de Proteção de Testemunha.
Advogado de PMs questiona reconstituição
O advogado dos quatro policiais militares envolvidos no caso do menino Juan Moraes criticou a reconstituição. Segundo Edson Ferreira, a orientação dada aos clientes é que eles só participem se a simulação acontecer durante à noite, mesmo período em que Juan foi morto.
“Os policiais têm todo direito deles de não participarem, é um direito constitucional deles. Mas se a reconstituição se der à noite, eles comparecerão e participarão do ato”, informou.
Mais de 10 policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) isolaram o local onde aconteceu o incidente e ainda ruas que dão acesso ao beco da comunidade. O corregedor da PM, coronel Ronaldo Menezes, também participa.
Enterro
O corpo de Juan Moraes, que estava desaparecido desde o dia 20 de junho, foi enterrado na noite desta quinta-feira (7) no Cemitério municipal de Nova Iguaçu.
A mãe de Juan e o irmão Wesley estão incluídos no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM).
Confirmação da morte
A confirmação da morte de Juan foi dada pela chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, na quarta-feira (6). Segundo ela, o corpo do menino foi encontrado na quinta-feira passada (30), no Rio Botas, em Belford Roxo, na Baixada. O local onde o corpo estava fica a cerca 18 km do local onde o menino foi visto pela última vez. Inicialmente, a perícia disse que o corpo encontrado à beira do rio era de uma menina. Depois foram feitos exames de DNA, que comprovaram que o corpo era de Juan.
"Mesmo que, muitas vezes, a gente erre, como a polícia errou, essas pessoas vão ser responsabilizadas por esse erro, e se, por ventura, esses policiais tiverem qualquer tipo de participação neste fato horrendo, eles vão ser punidos exemplarmente", afirmou o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame.
Dois exames de DNA
A confirmação da morte veio através de dois exames de DNA e o material coletado para a identificação do corpo de Juan veio da tira da sandália usada pelo menino quando ele desapareceu, de acordo com o diretor de polícia técnica, Sérgio Henriques.
Ainda de acordo com Henriques, no estado de decomposição em que estava o corpo encontrado era difícil atestar o sexo da criança sem o teste de DNA.
Erro de perita
Segundo Martha Rocha, serão instaurados dois procedimentos. Um deles será para analisar o laudo e o parecer emitido pela perita, já que os resultados do IML e do exame de DNA estavam diferentes. O outro procedimento, segundo a chefe de polícia, é para avaliar as ações adotadas pela 56ª DP (Comendador Soare Fonte G1

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