sábado, 9 de julho de 2011

Salva Kiir presta juramento como primeiro presidente do Sudão do Sul

France Presse 09/07/2011 09h00 - Atualizado em 09/07/2011 11h16

Salva Kiir presta juramento como primeiro presidente do Sudão do Sul

Novo país tem Juba como capital e se separou após décadas de conflitos.
Barack Obama anunciou reconhecimento.

Da France Presse
Salva Kiir prestou juramento neste sábado (9) como primeiro presidente do Sudão do Sul, pouco depois da proclamação de independência neste novo país africano, que se separou do norte. Kiir assinou a Constituição transitória e prestou juramento, comprometendo-se a "favorecer o desenvolvimento e o bem-estar do povo do Sudão do Sul".
O Sudão do Sul se proclamou independente oficialmente neste sábado, separando-se do norte depois de cinco décadas de conflitos que mergulharam o novo país numa miséria da qual espera sair graças a suas ricas reservas de petróleo.
Uma multidão em delírio celebrou à meia-noite de sexta-feira para sábado, em Juba, a proclamação da independência. Ao soar os sinos de meia-noite, uma explosão de alegria comemorou a chegada do primeiro dia de vida do novo Estado. "Somos livres! Somos livres! Adeus ao norte, bem-vinda a felicidade!", clamava em meio à multidão Mary Okach.
Salva Kiir (esquerda), ao lado do presidente do Sudão, Omar Hassan al-Bashir, acenam para população durante celebração em Juba (Foto: Goran Tomasevic/Reuters)Salva Kiir (esquerda), ao lado do presidente do Sudão, Omar Hassan al-Bashir, acenam para população durante celebração em Juba (Foto: Goran Tomasevic/Reuters)
"Lutamos muitos anos e este é nosso dia, vocês não podem imaginar como me sinto", declarou por sua vez o estudante universitário Andrew Nuer, 27 anos, que viajou do Cairo especialmente para assistir aos festejos da independência.
O ruído era ensurdecedor na capital do novo Estado, cujo céu iluminou-se com fogos de artifício enquanto carros e ônibus repletos de pessoas que percorriam as ruas com bandeiras do Sudão do Sul em suas portas e janelas, enquanto os motoristas buzinavam.
Horas antes da meia-noite, diversos líderes mundiais, entre eles 30 líderes africanos e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chegaram a Juba para as comemorações da independência do novo Estado. "O povo do Sudão do Sul realizou seu sonho. A ONU e a comunidade internacional continuará do lado do Sudão do Sul", declarou Ban Ki-moon ao chegar ao aeroporto da capital.
Exército da Libertação Popular do Sudão durante cerimônia de independência, em Juba (Foto: Goran Tomasevic/Reuters)Exército da Libertação Popular do Sudão durante cerimônia de independência, em Juba (Foto: Goran Tomasevic/Reuters)
O Sudão reconheceu nesta sexta-feira a futura República do Sudão do Sul, apesar de questões-chave ainda precisarem ser resolvidas entre ambos os países, como o estatuto das províncias fronteiriças em disputa.
O presidente americano, Barack Obama, também anunciou que os Estados Unidos reconhecem formalmente a República do Sudão do Sul Sul.
Entre 1955, um ano antes da independência da Sudão (até então uma colônia anglo-egípcia), e 2005 os rebeldes sulistas entraram em duas guerras contra Cartum reclamando maior autonomia.
Os conflitos arrasaram a região, deixaram milhões de mortes e provocaram uma desconfiança recíproca entre os dois lados do país.
Pessoas vão às ruas para celebrar a independência do novo país (Foto: Andrew Burton/AP)Pessoas vão às ruas para celebrar a independência do novo país (Foto: Andrew Burton/AP)
O acordo de paz firmado em 2005 pelo líder dos rebeldes John Garang -alguns meses antes de sua morte num acidente de helicóptero - e o presidente do Sudão Ali Osman Taha abriu um novo capítulo que possibilitou o referendo sobre a independência, realizado em janeiro deste ano.
Os sulistas optaram quase por unanimidade pela organização de uma eleição sem maiores incidentes e cujos resultados Cartum prometeu respeitar.
A nova nação deve enfrentar grandes desafios, como os confrontos na fronteira que já provocaram 1.800 mortes este ano, um dos indicadores sociais menos desenvolvidos do mundo, negociações sobre a separação de bens e a reestruturação de setores com o Norte.Fonte g1

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