Segunda-feira, 6 de junho de 2011 - 18h41 Última atualização, 06/06/2011 - 18h48
Ouça: Ronaldo entra para história como maior artilheiro das Copas
Da Redação
esporte@eband.com.br
Apesar da decepção no Mundial de 2006, foi nela que Ronaldo entrou definitivamente para a história. Ele marcou três vezes, chegou a 15 gols e se tornou o maior artilheiro em Mundiais – ultrapassou o alemão Gerd Müller, que tem 14. No entanto, essa foi a única alegria para os torcedores brasileiros.A Seleção chegou para o torneio da Alemanha como grande favorita. Na imprensa, só se falava no quadrado mágico formado por Ronaldo, Adriano, Kaká e Ronaldinho Gaúcho. Tamanha badalação atrapalhou a preparação dos jogadores. A cidade de Wegis, na Suíça, era para ser um local tranquilo e de treinamento da equipe. Mas, durante os 20 dias no local, o próprio Fenômeno admite que o que menos fez foi treinar.
“Me apresentei fora de forma, mas vinha de uma lesão. Estava fazendo tratamento. Chegou a Copa, tivemos um tempo de preparação, um período para ganhar uma forma razoável. Tínhamos treinos de dia e de tarde com 15 mil pessoas gritando no nosso ouvido, uma festa. Tinha que passar em um corredor de torcedor, de imprensa. Não tivemos proteção. Nós assumimos nossa culpa. Mas é fácil todo mundo falar que a culpa foi só dos jogadores. Não vi ninguém falar que a preparação foi uma droga. Foi um circo”, comentou Ronaldo anos mais tarde.
Em 2006, Ronaldo vinha de uma temporada de altos e baixos no Real Madrid - seria também sua última, já que em janeiro do ano seguinte ele acertaria com o Milan, seu último clube na Europa. Com o condicionamento físico longe do ideal, o Fenômeno foi bastante criticado nos dois primeiros jogos da Copa. Com Adriano ao seu lado, outro atacante de pouca movimentação, a seleção brasileira deu os primeiros sinais de que não iria muito longe no torneio.
Só Kaká salva o quadrado – Brasil 1 x 0 Croácia
O Brasil fez uma péssima estreia. Esteve nervoso em campo e frustrou os torcedores que esperavam o show do até então ataque dos sonhos. Kaká salvou o quarteto e marcou o gol da vitória. Ronaldo teve atuação discreta e foi substituído por Robinho.
Mais uma decepção do ataque - Brasil 2 x 0 Austrália
A seleção brasileira continuava lenta. Ronaldo e Adriano pouco se movimentavam. Cafu e Roberto Carlos também não chegavam para apoiar o ataque. Ronaldinho Gaúcho também não havia mostrado o futebol de craque que jogava no Barcelona. Com isso, o Brasil foi mal novamente. Venceu com gols de Adriano e Fred. Ronaldo, novamente, deixou o campo no segundo tempo para a entrada de Robinho.
Brasil muda e Ronaldo acorda – Brasil 4 x 1 Japão
No último jogo da fase de grupos, o técnico Parreira finalmente fez as alterações que os torcedores queriam. Entraram Cicinho e Gilberto nas laterais; Juninho Pernambucano e Gilberto Silva nas vagas de Emerson e Zé Roberto; e Robinho no lugar de Adriano.
A Seleção ficou mais leve e rápida e, finalmente, Ronaldo mostrou ao que veio. O Brasil começou pressionando, mas saiu atrás do marcador, gol de Keiji Tamada para o time do técnico Zico. Mas o time verde-amarelo não desanimou.
Ronaldo, de cabeça, deixou tudo igual. E o passeio continuou. Juninho Pernambucano virou, Gilberto ampliou e o Fenômeno deu números finais.
Fenômeno dos Mundiais – Brasil 3 x 0 Gana
Apesar da última grande apresentação, Parreira voltou com o time burocrático dos dois primeiros jogos. Mas não deu tempo dos torcedores vaiarem. Aos quatro minutos do primeiro tempo, Kaká lançou para Ronaldo nas costas da zaga. O Fenômeno dominou livre, passou pelo goleiro e fez seu 15º gols em Copas do Mundo.
O gol fez com que Gana tivesse que sair para o jogo. Aí o Brasil deitou e rolou. Adriano e Zé Roberto marcaram os outros gols e só não saiu mais por falta de pontaria do ataque verde-amarelo. Ronaldo perdeu um na frente do goleiro nos últimos minutos.
Zidane, sempre ele – Brasil 0 x 1 França
O maestro Zidane, já um veterano no futebol com 34 anos, novamente arrasou o Brasil. Depois de marcar dois gols na final de 1998, o craque fez um grande jogo na Alemanha. Ele não marcou, mas deu a assistência para Henry eliminar a Seleção.
Já o Brasil entrou em campo com medo da França. Parreira acabou com o quadrado mágico e colocou Juninho Pernambucano na vaga de Adriano e adiantou Ronaldinho Gaúcho para atuar ao lado de Ronaldo. O time verde-amarelo ficou perdido em campo e assistiu Zidane dar show.
Aos 11 do segundo tempo, ele cobrou falta da esquerda e Henry apareceu na segunda trave para marcar. Atrás no marcador, o Brasil foi para o tudo ou nada. No entanto, mandou o primeiro chute para o gol aos 40 minutos, com Ronaldo, o único que tentava alguma coisa para o time verde-amarelo, mas em vão.
Foi o último jogo de Ronaldo em Copa do Mundo e o penúltimo com a camisa da seleção brasileira. A despedida será nesta terça-feira, às 21h50, no amistoso contra a Romênia, no Pacaembu.
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