Síria. Cidade de Jisrash Shugur prepara-se para ataques do exército
por Sara Pereira, Publicado em 08 de Junho de 2011
Governo diz que foram mortos 120 polícias numa emboscada. População apresenta versões diferentes
Os habitantes da cidade síria de Jisrash Shugur estão a preparar-se para um ataque do exército contra os grupos armados, acusados da morte de 120 membros das forças de segurança, que o governo sírio denunciou na segunda-feira. A televisão estatal referia que os "grupos armados atacaram um posto da polícia em Jisrash Shugur" e que houve "confrontos entre a polícia e estes grupos que usam armas de calibre médio, metralhadoras, granadas e lança-mísseis". O porta-voz do ministro sírio do Interior, Reem Haddad, disse pouco depois à BBC que se tratou de uma emboscada e deu ainda conta do roubo de cinco toneladas de dinamite.
Porém, as versões dos habitantes de Jisrash Shugur e dos activistas no local desviam-se da versão oficial. Abu Nader explicou à mesma cadeia de informação que os polícias "foram abatidos nas costas por elementos de segurança sírios. Todas as vítimas foram mortos com um tiro nas costas e na nuca" e nega que a população tenha armas de qualquer tipo. Wissam Tarif, do grupo humanitário sírio Insan, diz que "a única facção armada nos protestos é o estado" e coloca a hipótese de um motim entre as forças de segurança fiéis ao presidente Bashar al-Assad.
O governo reagiu ao ataque segundo a versão oficial dos acontecimentos e diz que vai agir "em força" contra os "gangues armados". Os habitantes da cidade próxima da fronteira libanesa temem um massacre se o exército entrar em Jisrash Shugur e montaram postos de controlo para verificarem se há operações de segurança em preparação. Muitos dos residentes fugiram da cidade para a Turquia ou para as regiões vizinhas. A embaixadora da Síria em França, Lamia Shakkour, demitiu-se ontem como protesto contra a violência no país. "A resposta dada pelo governo não está a ser a melhor", disse Shakkour ao canal France 24.
Bloguista lésbica detida Amina Araf, autora do blogue "Uma Lésbica em Damasco" foi ontem detida na capital da Síria, um país onde a homossexualidade é ilegal. Amina, lésbica assumida, tinha sido já abordada em casa pela polícia em Abril, segundo conta no seu blogue. Os agentes acusaram-na de ser salafita e de estar a planear um ataque sectarista. O pai de Amina conseguiu dissuadi-los negando que a filha fosse salafita - uma das facções mais fundamentalistas dos islâmicos sunitas - e que se negava a usar o véu. A notícia foi publicada no blogue por uma prima de Amina, que diz que esta "foi agarrada por três homens armados".Fonte ionline
Porém, as versões dos habitantes de Jisrash Shugur e dos activistas no local desviam-se da versão oficial. Abu Nader explicou à mesma cadeia de informação que os polícias "foram abatidos nas costas por elementos de segurança sírios. Todas as vítimas foram mortos com um tiro nas costas e na nuca" e nega que a população tenha armas de qualquer tipo. Wissam Tarif, do grupo humanitário sírio Insan, diz que "a única facção armada nos protestos é o estado" e coloca a hipótese de um motim entre as forças de segurança fiéis ao presidente Bashar al-Assad.
O governo reagiu ao ataque segundo a versão oficial dos acontecimentos e diz que vai agir "em força" contra os "gangues armados". Os habitantes da cidade próxima da fronteira libanesa temem um massacre se o exército entrar em Jisrash Shugur e montaram postos de controlo para verificarem se há operações de segurança em preparação. Muitos dos residentes fugiram da cidade para a Turquia ou para as regiões vizinhas. A embaixadora da Síria em França, Lamia Shakkour, demitiu-se ontem como protesto contra a violência no país. "A resposta dada pelo governo não está a ser a melhor", disse Shakkour ao canal France 24.
Bloguista lésbica detida Amina Araf, autora do blogue "Uma Lésbica em Damasco" foi ontem detida na capital da Síria, um país onde a homossexualidade é ilegal. Amina, lésbica assumida, tinha sido já abordada em casa pela polícia em Abril, segundo conta no seu blogue. Os agentes acusaram-na de ser salafita e de estar a planear um ataque sectarista. O pai de Amina conseguiu dissuadi-los negando que a filha fosse salafita - uma das facções mais fundamentalistas dos islâmicos sunitas - e que se negava a usar o véu. A notícia foi publicada no blogue por uma prima de Amina, que diz que esta "foi agarrada por três homens armados".Fonte ionline