segunda-feira, 20 de junho de 2011

Aqui não há discriminação religiosa', diz refugiado nigeriano em São Paulo

20/06/2011 15h11 - Atualizado em 20/06/2011 15h26

'Aqui não há discriminação religiosa', diz refugiado nigeriano em São Paulo

Bornaventure Abugu estava jurado de morte em seu país por ser cristão.
No Dia Mundial do Refugiado, campanha da ONU promove causa no metrô.

Giovana Sanchez Do G1, em São Paulo
Bornaventure Abugu, de 40 anos, está há 4 meses no Brasil e ainda não fala português (Foto: Giovana Sanchez/G1)Bornaventure Abugu, de 40 anos, está há 4 meses
no Brasil e ainda não fala português
(Foto: Giovana Sanchez/G1)
Nesta segunda-feira (20), Dia Mundial do Refugiado, o nigeriano Bornaventure Abugu, de 40 anos, estava disposto a saber "a importância que o governo brasileiro dá ao tema". Ele está há quatro meses no Brasil e veio fugido de seu país, pois estava jurado de morte por ser cristão. "Deixei três filhos e minha mulher. Aqui é um país bom, as pessoas são boas e não há discriminação religiosa", disse ele.
A Nigéria vive há decadas um conflito entre muçulmanos e cristãos, que são 50% e 40% da população respectivamente.
Bornaventure, que está solicitando refúgio no país, foi nesta segunda à estação de metrô da Sé, em São Paulo, para conferir a campanha montada pela agência da ONU para refugiados, a Acnur, que objetiva chamar a atenção para o tema do refúgio. Com o nome 'Calce os sapatos dos refugiados', a agência montou um estande com sapatos e um mural de fotos. Por dois dias, quem passar por lá poderá 'calçar os sapatos' e apoiar a causa.
O secretário especial de direitos humanos de São Paulo, josé Gregori, calçou os 'sapatos dos refugiados', nesta segunda-feira (20) (Foto: Fernando Sciré/Divulgação)O secretário especial de direitos humanos de São Paulo, josé Gregori, calçou os 'sapatos dos refugiados', nesta segunda-feira (20) (Foto: Fernando Sciré/Divulgação)
"É uma atitude simbólica, na qual as pessoas que não têm relação com o tema podem se informar e saber a respeito", disse o porta-voz da Acnur no Brasil, Luiz Fernando Godinho. "Tem um simbolismo que vem da Bíblia. O refugiado é um caminhante", disse o secretário especial de direitos humanos de São Paulo, José Gregori, que esteve na inauguração da campanha.
Refugiados e deslocados no mundo
Existem no mundo, hoje, 43,7 milhões de pessoas que tiveram de deixar suas casas e buscar a vida em outro lugar - o maior número em 15 anos e o equivalente à população da Colômbia. Entre esses, 15,4 milhões são refugiados em algum outro país e 27,5 milhões são deslocados internos, ou seja, pessoas que foram forçadas a se mudar, mas continuam na nação de origem.
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (20), Dia Mundial dos Refugiados, pela agência da ONU que cuida do tema, a Acnur. Segundo o relatório Tendências Globais 2010, os países que mais exportam refugiados são o Afeganistão e o Iraque. Os que mais recebem pessoas são Paquistão, Irã e Síria - 80% dos refugiados do mundo foram acolhidos por países em desenvolvimento.Fonte G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário