quinta-feira, 28 de julho de 2011

Caso raro de amnésia faz mulher de 32 anos acordar pensando ter 15

28/07/2011 17h05 - Atualizado em 28/07/2011 18h46

Caso raro de amnésia faz mulher de 32 anos acordar pensando ter 15

Naomi Jacobs não reconheceu filho de 11 anos e desconhecia internet.
Ela recorreu a diários e jornais para recuperar 17 anos de memória.

Heather Skillen Da Caters News
Naomi Jacobs (Foto: Daily Mail)Naomi Jacobs (Foto: Caters)
Um raro tipo de amnésia fez Naomi Jacobs esquecer os últimos 17 anos de sua vida. Ela acordou num certo dia de 2008 como se tivesse 15 anos de idade. Não reconhecia as rugas no espelho nem o filho de 11 anos. Não sabia o que era internet e um telefone celular.
“Era como se eu tivesse dormido em 1992 como uma garota atrevida e auto-confiante de 15 anos e acordado como uma mãe solteira de 32 anos”, disse. “Quando acordei, olhei no espelho e tive o maior susto quando vi uma mulher com rugas me encarando”.
“Não foi engraçado como Michael J. Fox em “De volta para o Futuro”. Eu havia adormecido num mundo de infinitas possibilidades e acordado num pesadelo.”
Os médicos disseram que Naomi tinha estado sob tanto stress que parte de seu cérebro simplesmente fechou, apagando as memórias da maior parte de sua vida.
“Dizer que eu fiquei petrificada é um eufemismo. Eu só queria minha mãe. Não conseguia entender ir para a cama numa noite e acordar em outro século. (...) Nos primeiros meses,  tentava desesperadamente encontrar um sentido na vida. À noite, ficava acordada chorando, desejando estar de volta à escola, quando todas as minhas preocupações eram sobre garotos por quem eu tinha quedas e ser flagrada bebendo no parque.”", relatou.
Não foi engraçado como Michael J. Fox em 'De volta para o Futuro'. Eu havia adormecido num mundo de infinitas possibilidades e acordado num pesadelo"
Naomi Jacobs
'Não me lembrava de ter dado à luz'
Naomi recebeu o diagnóstico de Amnésia Global Transitória, um tipo de perda de memória ocasionada por stress.
A parte da memória referente a fatos havia sido “desligada” completamente, o que significava que ela havia perdido todas as lembranças emocionais. No entanto, a parte semântica estava intacta, e ela era capaz de se lembrar de coisas como dirigir e usar telefones.
A perda era tamanha que ela não reconheceu o filho de 11 anos e começou a gritar. “Eu não sabia quem ele era. Não achava que ele era muito mais novo que eu, e certamente eu não me lembrava de ter dado à luz a ele. Comecei a chorar incontrolavelmente”.
Ela ficou confusa com a internet e com as redes sociais. Não sabia como usar um telefone celular nem o e-mail. “'Facebook, Google e o YouTube pareciam coisas completamente inventadas. A primeira vez que vi meu Filho Leo jogando seu Xbox e interagindo com a TV fiquei tão chocada que cuspi meu chá”, contou.
Diários e jornais
Naomi foi orientada a não ler jornais ou se forçar a lembrar de qualquer coisa para não causar mais stress ao cérebro, mas decidiu recorrer a diários que havia escrito e a jornais para tentar reunir partes de sua memória.
Assim que as lembranças foram voltando, ela teve que aceitar o rumo que sua vida havia tomado.
“Aos 15 anos, eu pensava que teria conquistado metade do planeta aos 32. Foi um choque descobrir que eu era apenas uma mãe solteira comum que vivia em Manchester e dirigia um velho Fiat Brava. (...) Usei meus diários para questionar as decisões que havia tomado na vida – por que eu estudei psicologia, por que era uma mãe solteira – e isso me ajudou a entender e a lembrar”.
Aos poucos, flashes de memória começaram a voltar por alguns segundos. Primeiro, ela tinha lembranças recentes. Depois, as lembranças mais antigas foram voltando.
Naomi contou com a ajuda do melhor amigo e da irmã, que lhe explicaram fatos da vida atual como a guerra ao terror e os ataques às Torres Gêmeas nos Estados Unidos.
“Apesar de ter sido traumático, agora estou grata por ter sido jogada para frente através do tempo. (...) Fui capaz de seguir meu sonho de infância e me tornar uma escritora – e estou atualmente escrevendo a minha história.”
“Levou três anos de trabalho duro para juntar a maior parte de minha memória de novo. Isso me ajuda a prezar tudo que eu tenho.”Fonte g1

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