quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Na Câmara, líder estudantil diz que Chile reprime protestos com 'guerra'


31/08/2011 16h47 - Atualizado em 31/08/2011 16h58

Na Câmara, líder estudantil diz que Chile reprime protestos com 'guerra'

Camila Vallejo falou em audiência na Comissão de Direitos Humanos.
Antes, ela participou de ato em Brasília que pediu verbas para educação.

Naiara Leão Do G1, em Brasília
Camila Vallejo durante audiência na Comissão de Direitos Humanos da Câmara, ao lado da deputada Manuela D´Ávila (PCdoB-RS) (Foto: Naiara Leão / G1)Camila Vallejo durante audiência na Comissão de
Direitos Humanos da Câmara, ao lado da deputada
Manuela D´Ávila (PCdoB-RS) (Foto: Naiara Leão /
G1)
A líder estudantil chilena Camila Vallejo afirmou nesta quarta-feira (31), em audiência pública na Câmara dos Deputados, que a polícia chilena tem usado estratégias de guerra para reprimir as manifestações pela reforma na educação que tomaram o Chille nos últimos meses.
Segundo ela, estudantes são torturados, reprimidos por jatos de água e bombas de gás que, conforme a estudante, eram utilizadas durante a ditadura de Augusto Pinochet.
"Nos dias de manifestação, Santiago fica como se estivesse em estado de sítio, onde não se assegura nem o direito de ir e vir. Se você sai na rua com seu namorado para caminhar, encontra um estado de guerra. É um Estado militarizado."
Camila Vallejo durante conversa com jornalistas após o depoimento na Comissão de Direitos Humanos na Câmara (Foto: Naiara Leão / G1)Camila Vallejo durante conversa com jornalistas
após o depoimento na Comissão de Direitos
Humanos na Câmara (Foto: Naiara Leão / G1)
No Chile, os estudantes protestam há cerca de dois meses pela gratuidade do ensino superior. Na semana passada, eles se uniram a grevistas da maior central sindical do país numa paralisação de dois dias que terminou com mais de 1.400 detidos, 200 feridos e um adolescente morto. A polícia assumiu a culpa pela morte do jovem, e o governo chamou os estudantes para negociar.
Em Brasília, Camila participou de manifestação da União Nacional dos Estudantes (UNE) que defendeu investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação.
Atualmente são investidos cerca de 5%. O protesto da UNE também pediu que 50% do fundo social do pré-sal sejam repassados somente para a educação e que as taxas de juros brasileiras sejam reduzidas.
A estudante chilena Camila Vallejo em audiência com o presidente da Câmara, Marco Maia (Foto: Naiara Leão / G1)A estudante chilena Camila Vallejo em audiência
com o presidente da Câmara, Marco Maia (Foto:
Naiara Leão / G1)
Para a líder estudantil, a morte do jovem Manuel Gutiérrez, de 16 anos, na semana passada no Chile, é um exemplo do "caos" que se instalou em Santiago. "Ele sequer participava dos protestos e foi baleado."
Camila Vallejo denunciou também casos de tortura que, de acordo com ela, não são denunciados no Chile por medo. "Há relatos de choques elétricos nas mãos e assédio sexual por parte de policiais. Essas coisas não saem na imprensa porque os estudantes têm medo de denunciar, principalmente os do interior."
Camila criticou ainda o que chamou de "violência verbal" por parte das autoridades chilenas. "Há todo tipo de violência verbal quando dizem que somos delinquentes e inúteis, responsáveis pelos ferimentos e mortes nas ruas de Santiago."
A líder estudantil chilena Camila Vallejo durante manifestação nesta quarta-feira (31) em Brasília (Foto: Elio Rizzo/Futura Press)A líder estudantil chilena Camila Vallejo durante manifestação nesta quarta-feira (31) em Brasília (Foto: Elio Rizzo/Futura Press)

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