terça-feira, 14 de junho de 2011

‘Eu vou voltar a andar’, diz aluna baleada em escola de Realengo

14/06/2011 18h05 - Atualizado em 14/06/2011 19h40

‘Eu vou voltar a andar’, diz aluna baleada em escola de Realengo

Para mãe e médicos, determinação da menina foi essencial na recuperação.
Thayane Tavares recebeu alta do hospital nesta terça, 68 dias após tragédia.

Aluizio Freire Do G1 RJ
A menina Thayane Tavares recebe o carinho da mãe em casa, após ficar 68 dias internada em consequência da tragégia em Realengo (Foto: Aluizio Freire/G1)A menina Thayane Tavares recebe o carinho da
mãe em casa, após ficar 68 dias internada em
consequência da tragégia em Realengo
(Foto: Aluizio Freire/G1)
“Eu tenho certeza que vou voltar a andar”, disse, cheia de convicção, a estudante Thayane Tavares, 13 anos, em casa, cercada pelos amigos e familiares, 68 dias após a tragédia na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio. Única vítima que ainda estava internada, a estudante recebeu alta nesta terça-feira (14) do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Centro do Rio.
Para a mãe de Thayane, a costureira Andreia Tavares, 32, a energia e determinação da filha foram fundamentais para a família superar o trauma do massacre contra os alunos. “Hoje me sinto uma mãe completa, ao lado das minhas três filhas. Estou sentindo uma felicidade muito grande por Deus ter trazido minha filha de volta. Ele devolveu a vida da minha filha”, afirma, emocionada.
Uma “menina-moleque”, como revelam os amigos, Thayane é do tipo que gosta de jogar bola, subir em árvores e brincar de pique na rua. Ela, que praticava atletismo, falou de sua paixão pelo esporte quando recebeu a visita do jogador Ronaldinho Gaúcho, quando esteve internada no Hospital de Saracuruna.
Namorado e primas fazem festa para a menina Thayane (ao centro), que recebeu alta nesta terça (14) (Foto: Aluizio Freire/G1)Namorado e primas fazem festa para a menina
Thayane (ao centro), que recebeu alta nesta
terça (14) (Foto: Aluizio Freire/G1)
“Ele disse que queria jogar futebol comigo. E vou jogar”, conta ela, rindo, ao lembrar da conversa com o craque e de não ter resistindo em fazer uma piadinha. “Disse para ele: ‘Dizem que você é isso e aquilo, mas pessoalmente você é lindo’", revelou, provocando o namorado, Diego Henrique, 17, que não desgruda dela.
“Ele é ciumento assim mesmo”, afirma, rindo, para emendar em seguida. “Mas ele é o meu amor. Estava com saudades também de namorar”, desmancha-se, obrigando Diego a desfazer o rosto fechado e abrir um largo sorriso.
Thayane terá que se submeter a sessões de fisioterapia, que já estão marcadas no Hospital Sara Kubitschek. “Os médicos disseram que a recuperação dela foi muito boa. A medula ainda está inchada, mas com a fisioterapia vai melhorar. Eles disseram que ela é nova e tudo ajuda, mas foi a força de vontade dela que surpreendeu a todos. Ela é muito determinada e acredito que Deus vai atender meus pedidos e minha filha vai voltar a andar”, disse Andreia.
A tragédia
A tragédia na Escola Municipal Tasso da Silveira, que aconteceu no dia 7 de abril, terminou com 12 alunos mortos e outros 12 feridos. Thayane foi atingida pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira no abdômen e na coluna. Já nos primeiros dias ela não sentia as pernas.
Mas, segundo a mãe da adolescente, Thayane contrai os músculos e também tem sensibilidade nas pernas. "O médico disse que o melhor antibiótico é a fé", contou Andréa Tavares, ao G1, afirmando que a família toda está otimista.
Segundo Andréa, os médicos afirmaram que ainda é cedo para dizer que a jovem ficou paraplégica. Ela disse que Thayane ficou feliz ao receber a notícia que poderia ir para casa depois de mais de dois meses no hospital. "Ela está bem, agora vai fazer acompanhamento e muita fisioterapia", disse a mãe da estudante.
Lesão medularO diretor do hospital informou através de nota que a paciente sofreu uma lesão medular e que a família vem sendo informada desde o início das possíveis sequelas dessa lesão.
"O trabalho de reabilitação é longo e Thayane deverá ser acompanhada para sua independência funcional e suporte psicoterapêutico intensivo por tempo indeterminado", informou o boletim médico divulgado na segunda-feira (13), pela pela Secretaria de Saúde.
Depois de passar por uma cirurgia para retirada da bala na coluna, no hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, a adolescente estava desde 2 de junho internada no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), para onde foi transferida. Fonte G1

Um comentário:

  1. Olá amiga,que bom você compartilhar conosco a história comovente de determinação,força de vontade e coragem dessa menina,uma linda e comovente notícia diante de tanta tragédia !!!
    Bjsss!!

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