terça-feira, 7 de junho de 2011

Iêmen tem dia de confrontos e protestos contra volta de presidente

07/06/2011 16h00 - Atualizado em 07/06/2011 16h00

Iêmen tem dia de confrontos e protestos contra volta de presidente

Ali Abdullah Saleh segue internado para tratamento na Arábia Saudita.
Governo anunciou morte de 30 militantes ligados à al-Qaeda em Zinjibar.

Da AFP
O Iêmem foi palco nesta terça-feira (7) de vários protestos contra o retorno ao poder do controverso presidente Ali Abdullah Saleh, internado na Arábia Saudita para tratar ferimentos de um ataque sofrido na sexta passada.
Na capital Sanaa, jovens organizam um grande protesto, enquanto em Taez opositores ao regime tomaram o controle de quase toda a cidade.
Manifestantes protestam nesta terça-feira (7) contra o governo Saleh em Sanaa, capital do Iêmen (Foto: AP)Manifestantes protestam nesta terça-feira (7) contra o governo Saleh em Sanaa, capital do Iêmen (Foto: AP)
Palco de violentos combates, em Zinjibar foram registradas as mortes de 30 membros da rede terrorista da al-Qaeda, informaram autoridades locais.
Entre os mortos, estaria um dos chefes locais da organização. De acordo com o ministério da Defesa iemenita, Zinjibar está dominada por rebeldes suspeitos de ligação com a rede terrorista, o que teria dado início a confrontos na cidade.
Antes havia sido informado que 15 pessoas, incluindo nove militares, teriam morrido em um ataque do Exército contra Zinjibar, de acordo com fontes do serviço médico.
Na cidade, os confrontos ocorreram durante a noite na entrada da cidade que em 29 de maio foi dominada pelos extremistas que dizem pertencer a uma organização desconhecida, os Partidários de Sahria, mas identificados pelas autoridades como combatentes da al-Qaeda.
Na capital Sanaa, jovens manifestantes que acampam numa praça organizavam para a tarde um protesto contra o retorno de Ali Abdullah Saleh.
Eles se dirigiram à casa do vice-presidente, Abdel Rabbo Mansur Hadi, para exigir a "implantação de um conselho presidencial transitório", disse um dos organizadores.
"Saleh é livre para voltar, mas apenas como um simples cidadão", disse à France Presse Wassim al-Qirchi, um dos representantes do movimento jovem.
Taez, foco de protestos e localizado a 270 km de Sana, foi uma das primeiras cidades a se colocar contra Saleh. A cidade está nas mãos dos rebeldes, de acordo com um chefe tribal.
"Taez está nas mãos dos rebeldes", afirmou o xeque Hammud Said al-Mejlafi, líder do conselho tribal de Taez.
Um fotógrafo da France Presse constatou que quase toda a cidade estava sob o domínio de homens armados e de justiceiros.
Alguns partidários seguem fiéis e presentes no palácio presidencial, no quartel-geral das forças de segurança e no hospital da revolução, de acordo com o fotógrafo.
As autoridades, no entanto, desmentiram que Taez esteja nas mãos dos opositores.
O xeque Mejlafi afirmou que representantes tribais armados foram enviados à cidade para "proteger os manifestantes pacíficos após o genocídio" praticado pelas forças do regime.
Mais de 50 manifestantes morreram em 30 de maio, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), durante uma ação das forças, que dispersava opositores acampados na Praça da Liberdade.
De acordo com o xeque, os combates com as tropas partidárias de Saleh, em especial a Guarda Republicana, prosseguiram nesta terça-feira.
Ferido na sexta-feira em um ataque, o presidente iemenita foi operado em um hospital de Riad, na Arábia Saudita, e o vice-presidente afirmou que sua volta está prevista para os próximos dias.
A oposição parlamentar se mostra determinada a impedir seu regresso.
A Casa Branca afirmou na segunda-feira que uma "transição imediata" do poder no Iêmen "interessa muito" a população deste país. Fonte G1

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