quarta-feira, 22 de junho de 2011

obre a farinha de mandioca e o calor amazônico

obre a farinha de mandioca e o calor amazônico


Guiado por um cheiro bom ao andar pela pequena comunidade de Bom Retiro, fui parar no quintal da casa de Paulo Afonso Bruce, que preparava a tradicional farinha de mandioca, quase obrigatória em todas as refeições da região. Sem se importar com a invasão, ele foi logo me explicando o processo de preparação do alimento.
Após colher as raízes que plantou, Paulo tem que descascar toda a produção, o que leva mais ou menos uma jornada inteira. No dia seguinte é hora de ralar tudo. “É a única parte que é feita por motor”, me diz, sorridente ao apontar a máquina que lhe poupa um bom tempo.

O próximo passo é espremer a mandioca ralada em uma prensa. A pasta resultante é peneirada na sequência por sua filha e só depois vai para o forno, como Paulo chama o grande recipiente de aço sobre o fogo.

Mexer as porções de farinha com agilidade consome mais quatro horas de trabalho, sob o calor intenso da panela e do clima.
Apesar da suadeira, Paulo não se afoba. Termina o trabalho, espera a “temperatura baixar um pouco”, dá alguns poucos passos e mergulha no rio, em um descanso mais refrescante do que qualquer ducha.

Rodolfo Bartolini

Um comentário:

  1. rsrs...
    Pois é, e é uma das melhores farinhas de mandioca... Aliás, já reparou que tudo que é feito manualmente (de forma artesanal) é muuuiiitooo mais saboroso do que o industrial?
    Smacks no coração.

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