21/09/2011 17h14 - Atualizado em 21/09/2011 17h14
Dezenove trabalhadores são resgatados em carvoaria de Itajá (GO)
Trazidos de MG, eles viviam em condições de trabalho análogo ao de escravo.
Dono da carvoaria pagou R$ 135 mil em verbas rescisórias.

(Foto: Divulgação/SRTE-GO)
Os 19 trabalhadores foram resgatados em duas carvoarias instaladas em uma fazenda que tem mais de sete mil hectares, onde o proprietário desenvolve a pecuária, com cerca de dez mil cabeças de bovinos. A fazenda é de propriedade de um paulista, que teria alugado parte da área para um carvoeiro.

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Trabalho análogo ao de escravoA situação de trabalho análogo ao de escravo configurou-se, segundo o SRTE, pelas péssimas condições de trabalho e moradias dos carvoeiros. A jornada de trabalho era de 10 a 14 horas e os trabalhadores moravam em barracos de lona no meio do cerrado, onde não havia água potável, instalações sanitárias ou locais para banho.
Submetidos a péssimas condições de trabalho, os carvoeiros não recebiam equipamentos de proteção, trabalhavam usando apenas chinelos e bermudas, expostos ao calor, à fumaça dos fornos e a vários fatores de risco provenientes do desmatamento e da produção artesanal do carvão em fornos. O ideal, segundo o SRTE, é que trabalhadores de carvoarias usem calça, botinas, perneiras, chapéu e óculos, além de proteção respiratória.


infraestrutura. (Foto: Divulgação/SRTE-GO)
Segundo Roberto Mendes, foram realizados 36 autos de inflação. A produtora de carvão e o fazendeiro poderão responder a processo criminal pelo artigo 149 do Código Penal. O proprietário da empresa produtora do carvão teve de pagar as verbas rescisórias dos trabalhadores resgatados, no valor de R$ 135 mil. Também é responsabilidade dele conduzir os trabalhadores de volta a Minas Gerais.
Os empregadores vão pagar também, segundo Roberto Mendes, multas no valor de aproximadamente R$ 7 mil e responder, junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT), processo por danos morais coletivos. O dono da fazenda pode ter seu nome incluído na lista suja do Ministério da Justiça, que contém o nome das empresas e fazendas autuadas por trabalho análogo ao escravo.
Números
Nos próximos meses, todos os resgatados receberão do Governo Federal três parcelas de seguro-desemprego especial, no valor de um salário mínimo cada. Pelo MTE, só em 2011 foram resgatados 233 trabalhadores em condição análoga à de escravos, em atividades de olarias, carvoarias e corte de eucaliptos.

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