segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Espiã líbia ajudou a guiar bombas da Otan sobre alvos do regime Kadhafi

12/09/2011 15h05 - Atualizado em 12/09/2011 15h05

Espiã líbia ajudou a guiar bombas da Otan sobre alvos do regime Kadhafi

Engenheira de 24 anos dava informações sobre instalações militares.
'Nomida' disse que passou desapercebida pelo fato de ser mulher.

Da Reuters
A campanha de bombardeio da Otan que conseguiu enfraquecer o governo de Muammar Kadhafi tinha uma 'arma' secreta: uma mulher líbia de 24 anos que passou meses espionando as instalações militares e informando os detalhes à aliança.
A mulher, que operava sob o codinome Nomida, usou métodos complicados para evitar a captura - mudando constantemente sua localização, usando múltiplos cartões telefônicos e escondendo suas atividades de todos com a exceção dos membros mais próximos de sua família.
A maior proteção que tinha para não ser presa pelas forças de segurança de Kadhafi era o seu gênero: como jovem mulher na sociedade conservadora muçulmana, ela não levantava suspeita.
'Eu não estava no radar', disse a mulher, que é engenheira, à Reuters em uma entrevista no lobby de um hotel de Trípoli, duas semanas depois de a rebelião romper o controle de Gaddafi sobre a capital líbia após 42 anos no poder.
'Eles estavam se concentrando mais nos rapazes e era quase impossível pensar que uma garota estava fazendo tudo isso.'
Nomida conversou com a Reuters sob a condição de que a sua identidade real não fosse revelada: ela disse que, embora Trípoli estivesse agora sob controle do novo governo interino, ainda há uma 'quinta coluna' de homens leais a Kadhafi que podem atacá-la ou a sua família.
O relato que ela deu sobre suas atividades foi confirmado por outras duas pessoas que integravam uma rede anti-Kadhafi e a ajudou enviar os detalhes sobre as forças de segurança dele.
'(Ela era) uma fonte muito importante e muito confiável', disse Osama Layas, patologista forense que integrou a rede.
Quando Nomida iniciou suas atividades secretas há cinco meses, Gaddafi e suas forças de segurança mantinham a cidade sob controle e sufocava qualquer informação que poderia ser útil a seus opositores.
As linhas telefônicas eram monitoradas, as mensagens de texto dos celulares era bloqueadas e a Internet era disponível apenas aos escritórios do governo e para um grupo de jornalistas estrangeiros mantidos sob vigilância em um hotel cinco estrelas.
Alta e magra, com um echarpe verde sobre a cabeça, Nomida disse ter sido levada a agir depois da forma brutal como as forças de Kadhafi reprimiram as primeiras levas de revolta nas cidades do país. Fonte g1

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