domingo, 13 de novembro de 2011

Monti destaca 'esforço coletivo' para retomar crescimento na Itália

13/11/2011 18h58 - Atualizado em 13/11/2011 18h58

Monti destaca 'esforço coletivo' para retomar crescimento na Itália

Economista foi convocado para formar novo governo do país.
Decisão acontece um dia após renúncia de Berlusconi ao cargo de premiê.

Do G1, com agências internacionais
Após ser escolhido pelo presidente da Itália Giorgio Napolitano neste domingo (13) para formar o novo governo do país, o economista Mario Monti afirmou que a nação europeia precisa de um "esforço coletivo" para retomar o crescimento e sair da crise.
A escolha de Monti aconteceu um dia após a renúncia de Silvio Berlusconi ao cargo de primeiro-ministro, após grave crise financeira ter afetado o país.
Depois de se encontrar com o presidente, Monti recebeu a missão de montar uma administração tecnocrata. Monti vai precisar montar um novo gabinete, provavelmente um pequeno grupo com especialista, que deverá ter a aprovação do Parlamento italiano. Ainda não se sabe se Monti irá conseguir a maioria entre os parlamentares, mas os partidos políticos demonstraram apoio ao economista.
Para Monti, a prioridade do país é a retomada do crescimento e o saneamento das contas italianas. Até ser convocado, o economista chefiava a prestigiada Universidade Bocconi, em Milão. Ele acredita que o país deve ser um elemento de "força" para a Europa.
Com 68 anos, o ex-professor de economia escreveu recentemente um relatório sobre o futuro do mercado único europeu. Seu nome recebeu apoio inclusive do partido de Berlusconi, a legenda de centro-direita PDL.
Mario Monti, durante discurso no Palácio de Quirinal neste domingo (13). (Foto: Pier Paolo Cito / AP Photo)Mario Monti, durante discurso no Palácio de Quirinal neste domingo (13). (Foto: Pier Paolo Cito / AP Photo)
A decisão veio após uma série de consultas formais de Napolitano a lideranças do país neste domingo para definir o nome ideal para o cargo. Após o diálogo, o economista Mario Monti foi convocado pelo presidente para uma reunião no palácio presidencial do Quirinal, em Roma.
"Ato generoso"
Em discurso transmitido pelos órgãos de mídia italianos nesta tarde, Silvio Berlusconi afirmou que seu deixou o posto como um "ato de generosidade" pela Itália. Ligado ao poder da nação durante 17 anos, o membro do partido de centro-direita PDL teve três mandatos como prêmie, mas não chegou a terminar o último.
Berlusconi afirmou estar "orgulhoso" de seu trabalho pelo país e destacou seu papel ao enfrentar uma "crise internacional sem precedentes na história".
O Parlamento italiano havia aprovado o pacote econômico de medidas de austeridade que abriu caminho para a saída do político italiano do governo e para a formação de um governo de emergência.
Berlusconi disse no início da semana que deixaria o cargo de premiê após ficar claro que não possuía mais o apoio da maioria. Em reunião neste sábado no Gabinete, reunido com os outros ministros do país, o premiê confirmou a decisão.
Vaias
O político afirmou que ficou "sentido" por conta das vaias recebidas após a votação no Parlamento neste sábado. "Foi algo que me doeu profundamente", disse ele junto a dirigentes do partido de centro-direita Povo da Liberdade.
A renúncia promete encerrar uma das eras mais escandalosas da história italiana pós-Segunda Guerra (conheça aqui a trajetória de Silvio Berlusconi).
Manifestantes protestam em frente ao Palácio à espera da renúncia de Berlusconi (Foto: Gabriel Bouys / AFP Photo)Manifestantes protestam em frente ao Palácio Chigi à espera da renúncia do premiê Silvio Berlusconi, que deixa o governo antes do término de seu terceiro mandato. (Foto: Gabriel Bouys / AFP Photo)
Com a lei aprovada pelo Parlamento, com medidas duras para economizar 59,8 bilhões de euros, o orçamento do país deverá ser equilibrado até 2014. O pacote busca reverter uma queda na confiança do mercado financeiro, algo que ameaçou causar uma crise ainda maior em toda a zona do euro.
Entre as medidas estão o aumento do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), de 20% para 21%; o congelamento dos salários de servidores até 2014; a alta da idade mínima de aposentadoria para as trabalhadoras do setor privado, de 60 anos em 2014 para 65 em 2026; aperto nas medidas contra a evasão fiscal; e um imposto especial para o setor de energia.
Já esperava-se que o pacote fosse aprovado com facilidade, pois as medidas, que passaram pelo Senado com sucesso na véspera, não sofreram emendas na comissão de orçamento na própria Câmara dos Deputados. Fonte G1

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